- Em apenas três semanas, 14 casos de assassinato foram reportados na cidade da Beira, província de Sofala, na região central de Moçambique. Longe de ser apenas a intensificação do crime por malfeitores, a escalada de assassinatos é a expressão da incapacidade do Estado em cumprir parte das suas principais razões de existência: garantir a segurança dos cidadãos e proteger os direitos humanos.
Num espaço de apenas três semanas, entre finais de Outubro e início de Novembro corrente, pelo menos 14 pessoas perderam a vida na cidade da Beira, vítimas de assassinatos. As emocionantes imagens de corpos com sinais de violência que passaram nas telas das televisões nos últimos dias documentam essa tragédia que se abate sobre a segunda cidade mais importante do país, depois da capital Maputo.
As vítimas desta vaga de assassinatos são maioritariamente mulheres indefesas que, regra geral, são surpreendidas pelos criminosos ao anoitecer. Seus corpos são encontrados ao amanhecer, estatelados em áreas menos expostas, incluindo em vias estreitas. Em alguns casos, os corpos são depositados nessas áreas já sem vida, depois de os assassinatos terem ocorrido em outros locais.